Por mais que a inteligência artificial seja o assunto do momento, é importante lembrar que elas não são máquinas super espertas – IAs ainda têm muitas limitações.
Do outro lado, o Atari 2600, um console de videogame lançado pela saudosa Atari em 1977. Tecnicamente, um emulador rodando o Video Chess, um software de xadrez de 1979 feito para ser o xadrez do Atari e um dos primeiros softwares da modalidade em consoles de videogame. O Video Chess usava metade da já singela memória do Atari 2600 para pensar nos próximos movimentos, então toda a capacidade de decisão do jogo foi limitada a 64 bytes de memória.
Hoje, qualquer xadrez online pensa muito mais a frente e com muito menos restrições do que o Video Chess. Sendo assim, o esperado era que a “super-poderosa” inteligência artificial vencesse com folga o algoritmo limitado e ultrapassado do Atari, certo?
Mas não foi isso o que aconteceu.
As burrices da inteligência artificial
A situação serve para evidenciar duas falhas da IA: ela não é inteligente e ela é extremamente confiante, mesmo quando está errada.
A inteligência artificial, seja ela qual for, é alimentada com uma base de dados enorme de textos tirados de vários cantos. Então, ela transforma as letras e sílabas em códigos e atribui valores de probabilidade para as combinações. Quando você pergunta algo, tudo o que ela faz é te mostrar quais palavras são estatisticamente mais prováveis de serem a resposta. Ela é apenas um “papagaio digital que regurgita padrões”.
Talvez um dos maiores riscos de se confiar muito na inteligência artificial é que ela está constantemente errada – e ela insiste no erro de forma muito confiante. Em ambos os testes de xadrez, as IAs disseram que conseguiriam facilmente jogar e que venceriam o Atari.
Em maio deste ano, o jornal americano Chicago Sun-Times publicou uma lista recomendando livros que simplesmente não existiam. A lista tinha sido gerada por uma IA, e também contava com fontes inventadas e citações incorretas. O jornal eventualmente se desculpou pelo ocorrido, mas sem assumir a culpa; dizendo que a lista tinha sido feita por uma agência externa e que seus jornalistas não usam IA para escrever.
Quando uma IA inventa uma informação, ela está alucinando – esse é o termo técnico. Não faltam exemplos de alucinações de IA pela internet, atribuindo conteúdos a livros e autores que não existem, inventando estudos e fatos históricos que nunca aconteceram.
Em resumo, não dá para confiar que as inteligências artificiais vão fazer um melhor trabalho sempre. Elas ainda têm muitas limitações, falhas e problemas.
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Fonte ==> Você SA