O Sudoeste Paulista registra 38 MEIs e oito microempresas neste segmento, divididas em nove municípios, com destaque para Itapeva, que possui 18 estabelecimentos formalizados. Tendências como sustentabilidade e consumo consciente têm estimulado o crescimento deste mercado, que gasta em média de R$ 50 a R$ 100 nos estabelecimentos.
Entre os itens mais procurados pelos consumidores estão artigos do vestuário, com destaque para roupas masculinas (51%), roupas femininas (50%), calçados (46%), acessórios do vestuário, como bolsas, bijuterias e óculos (43%) e roupas de grife (42%).
Os principais motivos que levam os consumidores a comprarem em brechós são os preços mais baixos (71%), a qualidade dos produtos (45%) e a sustentabilidade aliada ao consumo consciente (43%).
Quanto à frequência de compra, 32% dos entrevistados costumam comprar em brechós a cada dois meses – em média seis compras por ano, seguido por 22% dos que compram uma vez por semestre (duas compras por ano).
A pesquisa revela ainda que 84% dos consumidores preferem realizar as compras em brechós físicos, enquanto os brechós online possuem 40% da preferência.
O levantamento
A pesquisa Brechós 2025 foi elaborada a partir de duas sondagens: a primeira apresenta as estatísticas que caracterizam o varejo de produtos usados (brechós) no estado de São Paulo. Já a segunda mostra os resultados de pesquisa de campo com 400 consumidores de brechós, com coleta de dados realizada entre os 23 de abril e 4 de maio de 2025.

Do sonho ao sucesso
Na garagem de casa, entre cabides improvisados e roupas cuidadosamente escolhidas, nasceu há quatro anos um sonho que hoje veste gerações com estilo, propósito e amor. Rosana Bernardi, dona de um sorriso fácil e olhar apaixonado, é a alma por trás do brechó Dona Rô, um espaço em Itapeva que vai muito além de peças de roupas: é um lugar onde histórias se cruzam, vidas se transformam e a moda ganha um novo significado.
Rosana sempre foi encantada pela moda sustentável, muito antes disso virar tendência ou assunto das redes sociais. “Eu sempre gostei da moda sustentável. É uma paixão que carrego há muitos anos”, conta ela, enquanto organiza novas peças recém-chegadas para avaliação. Foi essa paixão, aliada à percepção de que muita gente tinha roupas de excelente qualidade sem saber como dar um novo destino a elas, que acendeu a faísca para empreender.
O início foi simples, como costumam ser os grandes começos. O brechó funcionava na garagem de sua casa. Mas bastou pouco tempo para que a vizinhança percebesse que ali não se vendia apenas roupa usada, vendia-se cuidado, bom gosto e uma curadoria impecável. O negócio cresceu, e hoje Dona Rô já conta com mais uma loja no centro da cidade.
“A procura hoje é enorme. Todo mundo merece vestir bem e se sentir bem”, diz Rosana com orgulho. E não é difícil entender o motivo do sucesso. O brechó Dona Rô trabalha apenas com roupas de qualidade, muitas de marcas conhecidas e todas em excelente estado. Nada de peças desbotadas ou desgastadas, cada item é escolhido a dedo.
Mas nem tudo foi fácil. Rosana lembra do preconceito que enfrentou no começo. “Antigamente, brechó era visto como lugar de roupa velha e barata. Hoje, graças a Deus, isso está mudando. Ainda existe preconceito, mas já melhorou muito. Tem gente que compra, mas ainda sente vergonha e isso está mudando, aos poucos”.
E mudar é algo que Dona Rô sabe fazer bem. A loja cresceu tanto que o marido de Rosana, com 18 anos de trabalho formal, decidiu largar tudo para trabalhar ao lado dela. “Hoje trabalhamos juntos. Isso para mim é a maior prova de que deu certo. Eu considero, sim, um negócio de sucesso com certeza”.
Fonte ==> Sebrae