SUS terá vacina do vírus sincicial a gestantes – 10/09/2025 – Equilíbrio e Saúde

A imagem mostra uma mão adulta segurando o pé de um bebê. O bebê está envolto em um cobertor branco, dentro de uma UTI neonatal. O foco está na mão e no pé do bebê, que está com uma bandagem. O fundo é desfocado.

O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira (10) que irá fornecer no SUS, a partir de dezembro, a vacina contra que protege gestantes e bebês do VSR (vírus sincicial respiratório).

Devem se vacinar gestantes a partir da 28ª semana de gravidez. A vacina, aplicada em dose única, oferece proteção aos recém-nascidos.

As doses custam acima de R$ 1.500 na rede privada e serão compradas pelo SUS por meio de um acordo entre o Instituto Butantan e a Pfizer. A parceria prevê que a tecnologia de produção do imunizante seja transferida ao laboratório público ligado ao governo de São Paulo.

O vírus é responsável por 80% dos casos de bronquiolite e 60% de pneumonias em crianças menores de 2 anos, segundo a pasta.

“A vacina tem potencial para prevenir cerca de 28 mil internações por ano, oferece proteção imediata aos recém-nascidos e beneficiará aproximadamente 2 milhões de bebês nascidos vivos”, afirma o ministério.

As primeiras 832,5 mil unidades serão entregues até novembro. No mês seguinte, o ministério deve distribuir mais 1 milhão de imunizantes. Os estados e municípios vão organizar os calendários locais de aplicação das doses.

“A cada cinco crianças infectadas pelo VSR, uma necessita de atendimento ambulatorial e, em média, uma em cada 50 acaba hospitalizada no primeiro ano de vida. No Brasil, cerca de 20 mil bebês menores de um ano são internados anualmente”, afirma a saúde.

A taxa de mortalidade para bebês prematuros é sete vezes maior, diz ainda o governo. “Entre 2018 e 2024, foram registradas 83 mil internações de bebês prematuros por complicações associadas ao vírus, como bronquite, bronquiolite e pneumonia”, afirma a pasta.

O ministério também anunciou que o Brasil passará a produzir natalizumabe, medicamento biológico usado no tratamento da esclerose múltipla, por meio de acordo firmado entre a farmacêutica Sandoz e o Butantan.

Os dois acordos envolvendo o Butantan são PDPs (Parcerias de Desenvolvimento Produtivo). Nesse tipo de contrato, o governo se compromete a comprar o produto para o SUS enquanto a tecnologia de fabricação é transferida ao laboratório público.

Novo comando da Anvisa

As parcerias foram anunciadas pelo ministro Alexandre Padilha durante a posse do novo presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Leandro Safatle, e de dois novos diretores, Thiago Lopes Cardoso e Daniela Marreco Cerceira.

Os novos diretores são os primeiros indicados pelo presidente Lula (PT) à Anvisa durante o seu terceiro mandato. A agência estava operando com dois diretores indicados por Jair Bolsonaro (PL), além de integrantes substitutos.

Os discursos de posse foram marcados por críticas a movimentos negacionistas, além da defesa da soberania nacional.

O economista e servidor público Safatle afirmou que os princípios de sua gestão serão “promover a soberania” e ampliar o acesso à saúde. Também disse que pretende enfrentar imediatamente as filas de espera da agência para análise de registros de novos produtos.

“É importante ter em mente que a Anvisa é do SUS, tendo papel importante no apoio e fortalecimento da política pública mais inovadora desse país”, afirmou Safatle.

Advogado sanitarista, Thiago Cardoso disse que a Anvisa resistiu a pressões “inaceitáveis” durante a pandemia. Ainda afirmou que “a presença negra nos espaços de poder segue muito abaixo da sua representatividade no país”, ao destacar que é negro e utiliza cabelo no estilo black power.

“É justamente esse significado que move meus desafios, ao compreender que cada decisão negligenciada, cada atraso afeta principalmente a população negra desse país”, disse Cardoso.

Daniela Cerqueira elogiou a atuação técnica da Anvisa, órgão da qual ela é servidora. “O trabalho na Anvisa é intenso e requer dedicação. Em um mesmo dia, vamos do abaixador de língua ao abaixador de língua à terapia gênica, não conheço agência com atuação tão ampla como a Anvisa”, afirmou a nova diretora.



Folha SP

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