Senadores se unem em crítica a Kennedy por ataque a vacina – 04/09/2025 – Equilíbrio e Saúde

A imagem mostra um grupo de pessoas em uma sala de audiência. Um homem de cabelo grisalho, vestido com um terno escuro e uma camisa clara, está no centro da imagem, parecendo se preparar para falar. Ele é cercado por outros indivíduos, incluindo dois homens em ternos escuros e uma mulher com cabelo castanho. Ao fundo, há várias pessoas sentadas em mesas, algumas olhando para a cena. A atmosfera parece ser de uma audiência formal.

O secretário de Saúde dos Estados Unidos, Robert F. Kennedy Jr., fez nesta quinta-feira (4) no Senado uma defesa ferrenha de sua política de vacinas e de sua trajetória como membro do governo Donald Trump, ao mesmo tempo em que culpava o CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças) pelo número de mortes no país durante a pandemia de Covid-19.

Os legisladores ficaram surpresos na semana passada quando a Casa Branca demitiu Susan Monarez, a diretora do CDC que Kennedy havia endossado anteriormente. Seus advogados chamaram a demissão de ilegal e “um aviso para todos os americanos de que nossos sistemas baseados em evidências estão sendo minados por dentro”.

Em artigo de opinião publicado nesta quinta no The Wall Street Journal, ela acusou Kennedy de “um esforço deliberado para enfraquecer o sistema de saúde e as proteções de vacinas”.

O foco da audiência no Senado foi a política de vacinas, com democratas e republicanos questionando o secretário sobre se ele os teria enganado em janeiro, quando disse aos senadores “não fazer nada que dificulte ou desencoraje as pessoas a tomarem” vacinas. Desde então, no entanto, ele nomeou céticos para orientar a política de imunização, restringiu o acesso às vacinas contra Covid, cancelou subsídios e contratos para o desenvolvimento de imunizantes e deu um endosso morno à vacina contra o sarampo.

O senador Bill Cassidy, republicano da Louisiana, um médico que votou a favor de Kennedy com a condição de que ele não interromperia o acesso às vacinas, disse que as ações do secretário de saúde iam no sentido oposto.

“Estamos negando vacinas às pessoas”, afirmou Cassidy. “Você está errado”, rebateu Kennedy.

Mais tarde, em debate com o senador Mark Warner, democrata da Virgínia, Kennedy disse que não sabia quantas pessoas morreram de Covid, nem se as vacinas impediram mortes pela doença, porque não tinha esses dados. Mas centenas de relatórios demonstraram a eficácia das vacinas desde 2021, e a conclusão foi de que os imunizantes salvaram milhões de vidas nos EUA e em outros partes do mundo.

O foco oficial da audiência, que foi planejada antes de Monarez ser demitida, é o orçamento de 2026 do Presidente Donald Trump para o Departamento de Saúde e Serviços Humanos, que Kennedy lidera. Mas o CDC e as vacinas estão dominando os procedimentos, e espera-se que Kennedy também enfrente perguntas sobre outros programas, incluindo o plano de Trump de não renovar créditos fiscais que estão expirando e que ajudaram milhões de pessoas a comprar seguro de saúde sob o programa conhecido como “Obamacare”.

A demissão de Monarez mergulhou o CDC, a principal agência de saúde dos EUA, em uma turbulência mais profunda. Especialistas e ex-funcionários do alto escalão disseram temer que o CDC estivesse perdendo sua legitimidade, com consequências duradouras para o sistema de saúde.

Nesta quarta-feira (3), autoridades da Flórida anunciaram que seria o primeiro estado a acabar com todos os requisitos de vacinação para crianças que frequentam a escola, objetivo há muito buscado pelo movimento de liberdade médica que Kennedy lidera.

Em artigo de opinião publicado na terça (2) também no The Wall Street Journal, Kennedy escreveu que suas ações restaurariam a confiança no CDC e disse que o órgão estava marcado por “ciência politizada, inércia burocrática e desvio de missão”. E afirmou que seu objetivo é “restaurar o foco do CDC em doenças infecciosas, investir em inovação e reconstruir a confiança através de integridade e transparência”.



Folha SP

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