No Brasil, onde a frota de motocicletas ultrapassa os 34 milhões de veículos e cresce a cada ano, a segurança no trânsito vai muito além da habilidade do condutor ou do cumprimento das leis.
A qualidade da manutenção é um fator decisivo para evitar acidentes e salvar vidas.
Dados da Secretaria Nacional de Trânsito mostram que, apenas em 2024, os gastos do Sistema Único de Saúde com internações de motociclistas ultrapassaram os R$ 257 milhões. Boa parte desses casos está ligada a falhas mecânicas que poderiam ter sido prevenidas com revisões adequadas. Pneus carecas, freios ineficientes, suspensão comprometida e problemas no sistema de iluminação são algumas das irregularidades mais comuns encontradas em vistorias.
Para o mecânico e empresário José Carlito Pereira Filho, que acumula 28 anos de experiência e gerência sua própria oficina especializada, a manutenção preventiva é tão importante quanto o uso de equipamentos de proteção.

“Muitos acidentes poderiam ser evitados se o motociclista fizesse revisões periódicas. Uma pastilha de freio trocada a tempo ou um pneu substituído antes do desgaste excessivo podem fazer toda a diferença em uma situação de risco”, afirma.
José Carlito explica que, na oficina, procedimentos como inspeção minuciosa dos sistemas de freio, verificação da calibragem e integridade dos pneus, análise da suspensão e checagem elétrica são parte de um protocolo que vai além de cumprir tabela — é uma questão de responsabilidade. “Quando o cliente sai daqui, precisa ter a certeza de que a moto está segura para rodar. Essa confiança é o que fideliza e salva vidas.”
Em Brasília, onde a motocicleta é utilizada tanto para trabalho quanto para lazer, a alta quilometragem rodada diariamente exige ainda mais atenção. Oficinas que investem em tecnologia para diagnóstico, treinamento constante da equipe e peças de procedência comprovada estão na linha de frente para reduzir a estatística de acidentes.
Especialistas reforçam que, além de melhorar a segurança, a manutenção preventiva também reduz custos para o motociclista. Um reparo corretivo emergencial costuma ser mais caro e demorado, enquanto as revisões programadas evitam que pequenos defeitos se transformem em grandes problemas.
O alerta de José Carlito é claro:
“Segurança não é gasto, é investimento. E esse investimento começa na oficina, com profissionais qualificados e compromisso com a vida de quem está sobre duas rodas.”
Com a frota de motocicletas em expansão e a demanda por serviços mecânicos cada vez maior, a atuação responsável das oficinas é peça-chave para um trânsito mais seguro e um futuro com menos tragédias nas ruas.