Segurança jurídica na imigração: como brasileiros podem evitar riscos em processos para viver nos Estados Unidos

Nos últimos anos, a imigração legal para os Estados Unidos deixou de ser apenas um sonho distante e se tornou um projeto estratégico para milhares de brasileiros.

De acordo com o U.S. Department of State, em 2023, mais de 23 mil brasileiros receberam vistos de residência permanente ou temporária — um crescimento significativo em relação ao período pré-pandemia. Em paralelo, dados do Banco Central apontam que brasileiros que vivem no exterior enviaram US$ 4,1 bilhões em remessas financeiras ao Brasil em 2023, movimentando não apenas suas vidas pessoais, mas também a economia nacional.

Por trás desses números está um perfil muito específico: profissionais de alta qualificação, executivos, empreendedores e investidores que buscam nos Estados Unidos um ambiente de estabilidade, qualidade de vida e oportunidades de crescimento. Mas se o desejo é grande, o risco de frustração também acompanha quem decide trilhar esse caminho sem segurança jurídica.

Segundo levantamento do USCIS, cerca de 30% dos pedidos de vistos em categorias de alta performance são negados a cada ano. Os motivos variam entre documentação incompleta, inconsistências nas provas de qualificação profissional e, principalmente, processos mal conduzidos por consultorias sem respaldo jurídico.

Os vistos mais estratégicos para brasileiros qualificados

Entre as modalidades mais procuradas estão:

  • EB1 (Employment-Based First Preference): voltado a profissionais com carreira de destaque nacional ou internacional, artistas reconhecidos, executivos e pesquisadores de excelência. Além de prioridade máxima, tem análise acelerada, podendo levar de 8 a 12 meses até o Green Card.
  • EB2-NIW (National Interest Waiver): a opção preferida de brasileiros com diploma universitário e sólida experiência. Dispensa oferta formal de emprego e pode ser aprovado em 15 a 18 meses, dependendo do trâmite.
  • O-1A: destinado a indivíduos com habilidades extraordinárias em negócios, ciência, educação, esportes ou artes. O pedido pode ser analisado em apenas 15 dias úteis, caso o solicitante opte pelo premium processing.

Essas categorias, no entanto, exigem comprovação detalhada da trajetória do candidato — desde diplomas e publicações até cartas de recomendação, prêmios recebidos e evidências de impacto em sua área de atuação.

A importância da estratégia jurídica

O advogado José Cohen, que soma 21 anos de experiência jurídica no Brasil e hoje atua como Business Development Manager em um dos escritórios mais tradicionais da Flórida, reforça que a preparação é o ponto-chave de qualquer processo.

José Cohen

“Não basta ter currículo. É preciso organizar as provas, alinhar expectativas e enquadrar corretamente cada perfil na categoria de visto adequada. Um erro de estratégia pode custar anos de espera e investimentos desperdiçados. Segurança jurídica significa transformar o direito em um plano viável e eficaz”, explica Cohen.

Em apenas três meses, Cohen ajudou mais de 50 famílias brasileiras em processos de imigração, fechando contratos que ultrapassaram US$ 500 mil. Para ele, o segredo está em tratar cada caso de forma personalizada: “Cada família tem uma história. Nosso trabalho é identificar o caminho legal mais curto e seguro para transformar essa história em aprovação.”

Já Guilherme Caram, que soma oito anos de atuação na área e já assessorou mais de 500 famílias brasileiras, ressalta os erros mais comuns que levam à rejeição de vistos.

Guilherme Caram

“Muitos clientes chegam depois de experiências frustradas com consultorias que prometem resultados sem base legal. Os erros mais frequentes estão em documentação insuficiente, falta de comprovação objetiva das qualificações e pedidos protocolados em categorias erradas. O visto existe, mas precisa ser pedido com estratégia. E isso só é possível quando há suporte jurídico sólido”, alerta Caram.

Dicas práticas dos especialistas

Cohen e Caram listam três orientações essenciais para brasileiros que planejam imigrar legalmente:

1. Planejamento com antecedência: iniciar a organização documental pelo menos seis meses antes de protocolar o pedido.

2. Avaliação realista do perfil: entender em qual categoria de visto o candidato se enquadra de fato, evitando frustrações.

3. Transparência no processo: desconfiar de promessas de garantias absolutas. Nenhum visto é 100% assegurado; o que existe é a solidez de um caso bem construído.

Imigração como decisão de vida

O aumento no número de brasileiros qualificados que deixam o país levanta debates sobre a chamada “fuga de cérebros”, mas também revela uma realidade global: talentos são disputados entre nações. Para os Estados Unidos, cada visto aprovado representa a chegada de profissionais que contribuem para a inovação e o crescimento da economia. Para o Brasil, é um alerta sobre a necessidade de criar condições mais favoráveis de retenção e valorização de seus especialistas.

Nesse contexto, contar com segurança jurídica não é apenas um detalhe técnico — é a linha que separa o sonho da frustração. Profissionais como José Cohen e Guilherme Caram se consolidam como referências nesse mercado justamente por aliarem robustez jurídica e experiência prática, garantindo que cada processo de imigração seja mais do que um pedido: seja um plano estratégico de vida.

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