Essa pergunta parece simples, mas ela cutuca onde dói. Porque dinheiro nunca foi só dinheiro. É símbolo, é medida, é régua emocional. Já vivi situações que deixariam claro até para o mais distraído: não é o mais inteligente de todos que leva o jogo. É quem tem apetite, quem acorda com aquela coceira interna que não te deixa em paz, quem tem um propósito que te puxa pelo colarinho quando você ameaça se acomodar.
Mas o curioso é que um grande número de pessoas não tem resposta clara sobre metas, objetivos, entregas. Não sabem para onde estão indo e, mesmo assim, juram que fariam tudo igual se ganhassem mais. Dizem com convicção: “Ah, eu faço independente do quanto eu ganho”. Será mesmo? Pergunta incômoda. Essa ninguém gosta de encarar olhando no espelho.
Porque o contrário também vale. Se em vez do dobro você ganhasse metade, faria as mesmas escolhas? Colocaria a mesma energia, defenderia a mesma causa, bateria no peito da mesma forma? Ou o entusiasmo recuaria como maré baixa, revelando pedras que antes você fingia não ver?
Te pagam direito?
Tem outro ponto no qual quase ninguém toca. E se o valor daquilo que você entrega estiver aquém do impacto real que você gera? Se o mercado te paga menos do que você vale? Se sua régua interna sabe que você é ouro mas te pagam como prata reciclada? O que você faria? Continuaria sorrindo para a placa ou ajustaria a rota, o preço, o peso das suas entregas?
Essa conversa não é sobre salário. É sobre honestidade. Sobre o quanto cada um de nós se compromete com o próprio caminho quando ninguém está olhando. Sobre o desconforto de admitir que dinheiro muda comportamento, sim, para mais ou para menos, e que fingir o contrário é só vaidade fantasiada de ética.
Talvez a pergunta certa não seja se você agiria igual ganhando o dobro. Talvez seja… quem você seria se finalmente encarasse a verdade que evita todos os dias.
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Fonte ==> Você SA
