Metanol na bebida alcoólica: polícia faz operação em bares – 29/09/2025 – Equilíbrio e Saúde

Mulher de cabelos longos castanhos sentada em cadeira com cobertor azul, vestindo roupa hospitalar branca com padrão azul. Curativo visível no pescoço. Equipamentos médicos ao fundo.

O CVS (Centro de Vigilância Sanitária) do Estado de São Paulo, em parceria com Polícia Civil e a Covisa (Coordenadoria de Vigilância em Saúde), da Prefeitura de São Paulo, realizam nesta segunda-feira (29) ações de fiscalização e investigação em bares e adegas onde supostamente ocorreram casos suspeitos de intoxicação por consumo de bebida adulterada por metanol.

Seis casos foram confirmados no estado, com três mortes. Há ao menos outros dez casos de intoxicação em investigação na capital.

Um dos bares alvo da ação é um estabelecimento localizado na alameda Lorena, no Jardim Paulista, bairro nobre da capital paulista, onde uma das vítimas disse ter consumido bebida alcoólica antes de passar mal e perder a visão.

Altamente tóxico para o corpo humano, o metanol atinge principalmente o fígado, mas pode também provocar lesões no nervo ótico e causar cegueira.

De acordo com o CVS, foram apreendidas cerca de cem garrafas de bebidas destiladas no bar, que não teve o nome divulgado pelas autoridades. O estabelecimento também foi autuado porque havia produtos sem rótulo no local e os responsáveis não puderam comprovar a procedência de bebidas.

“Causou um estrago muito grande. Não estou enxergando nada”, disse a designer de interiores Rhadarani Domingos em entrevista ao Fantástico, da TV Globo. Ela, que está internada, contou que consumiu três caipirinhas de frutas vermelhas com maracujá e vodca no bar nos Jardins, no último dia 19. “Não senti nenhum gosto diferente”, acrescentou.

A operação ainda está em andamento na tarde desta segunda, com agentes de fiscalização em um bar na Mooca, na zona leste de São Paulo —o nome do estabelecimento também não foi divulgado.

A Abrasel SP (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) afirma, em nota divulgada nesta segunda, que a falsificação de bebidas alcoólicas é “uma prática criminosa que ameaça a saúde dos consumidores, prejudica a credibilidade dos bares e restaurantes e gera prejuízos econômicos para o setor”.

De acordo com a associação, a falsificação, que “vem se intensificando nos últimos meses”, ocorre principalmente em produtos de alto valor agregado como uísque, destilados premium e cachaças.

Polícia investiga adega na zona sul

A Polícia Civil também investiga uma adega em Cidade Dutra, na zona sul de São Paulo, onde um grupo de amigos teria comprado uma garrafa de gim supostamente batizada com metanol.

Após uma confraternização, quatro desses jovens —de um grupo de cinco pessoas com idades entre 23 e 27 anos— precisaram de atendimento hospitalar por intoxicação com metanol. Um deles, um rapaz de 27 anos, está internado desde então, em coma.

Segundo as vítimas relataram à polícia, o envenenamento ocorreu após o consumo de uma conhecida marca de gim importado, comprado dias antes na adega.



Folha SP

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