Governo de São Paulo abre centro para pessoas com autismo – 04/06/2025 – Equilíbrio e Saúde

A imagem mostra um painel de sinalização do Centro TEA Paulista, que é um espaço dedicado a pessoas com deficiência. O painel é colorido, com a palavra

O Governo do Estado de São Paulo inaugurou nesta quarta-feira (4) um centro estadual voltado ao atendimento e apoio a pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista), seus familiares e cuidadores. Localizado na Vila Leopoldina, na zona oeste da capital paulista, o espaço integra serviços presenciais e virtuais, sem necessidade de encaminhamento.

O Centro TEA Paulista, com capacidade para 24 mil atendimentos presenciais e virtuais por ano para pessoas da capital e do interior, já está disponível para agendamentos pelo site Pessoa com Deficiência (pessoacomdeficiencia.sp.gov.br/centro-tea-paulista). Segundo o governo, é o primeiro equipamento estadual dedicado exclusivamente às pessoas com autismo, com enfoque em acolhimento humanizado, escuta ativa e oferta integrada e acessível de serviços.

A inauguração contou com a presença do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), do prefeito Ricardo Nunes (MDB), do secretário estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Marcos da Costa, do presidente da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), André do Prado (PL), e de outras autoridades, como secretários, deputados e vereadores.

“A gente vai tornar o serviço público mais acessível e acolhedor. Temos a intenção de transformar isso em um padrão, ampliando a prestação de serviço por meio do ambiente virtual”, afirmou o governador durante discurso na inauguração do espaço.

Segundo ele, o objetivo é construir outros centros para atendimento a pessoas com autismo nas 16 regiões administrativas do estado, mas ainda não há um cronograma com datas de lançamento.

Entre os serviços disponíveis no local estão orientação sobre direitos, benefícios e políticas públicas; atendimentos terapêuticos individuais e em grupo; arteterapia (como pintura e clube do livro); oficinas esportivas integrativas (como futsal, vôlei e basquete); além de um serviço de mobilidade voltado ao desenvolvimento da autonomia e da locomoção no dia a dia. A unidade também conta com jardim, sala de interação multissensorial e espaço de acolhimento para pessoas em situação de crise.

Durante o evento, foi anunciado que o centro atuará como referência em pesquisa sobre o TEA, com incentivo à produção científica. Além de biblioteca física e virtual e materiais de apoio à pesquisa, a instituição contará com oficinas de capacitação para profissionais e cuidadores, além da realização de congressos, seminários e workshops.

Os gestores dos 645 municípios paulistas interessados em desenvolver ou aprimorar políticas públicas voltadas às pessoas com autismo poderão contar com o centro como polo formador, por meio de reuniões, oficinas, cursos e suporte técnico sobre o TEA e estratégias de apoio a pacientes e familiares.

Segundo o secretário Marcos da Costa, pessoas de qualquer idade já diagnosticadas com autismo podem ser atendidas no local. Quem ainda não tiver a confirmação será orientado sobre onde buscar avaliação especializada. Após esse processo, poderá retornar ao centro para acompanhamento terapêutico. Já os atendimentos clínicos serão feitos em outros serviços de saúde do estado, para os quais os pacientes serão referenciados.

“Nós nos esforçamos para finalizar esse projeto e agora vamos começar a pensar em outros centros, para levar esse projeto para o interior do estado”, afirmou.

A gestão do Centro TEA Paulista fica a cargo da Rede Teia Agir, organização social especializada no atendimento terapêutico de crianças com autismo, vencedora do edital de chamamento público. O investimento total previsto para 12 meses é de R$ 6.652.028,46, dos quais R$ 2.029.672,84 serão destinados a reformas, compra de equipamentos e mobiliário, e R$ 4.622.355,66 a despesas de custeio.

O local também abrigará o PEI (Polo de Empregabilidade Inclusiva), que promove a inclusão no mercado de trabalho por meio de encaminhamentos, formações e articulação com empresas, e será oferecida a emissão da CipTEA (Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista) e da identificação veicular para quem tem direito ao benefício.

No mesmo endereço funcionará o novo Centro de Cidadania da Pessoa com Deficiência, com acolhimento para pessoas com deficiência física, intelectual, visual, auditiva ou múltipla por meio de atendimentos presenciais por demanda espontânea ou encaminhamentos da rede.

Em abril, a Prefeitura de São Paulo também inaugurou um centro na capital paulista para atendimento de pessoas com autismo e familiares. O Centro TEA municipal conta com capacidade para 22 mil atendimentos por mês, segundo a prefeitura.

Entre as atividades, estão aulas de música, dança, teatro e pintura. Também são realizadas oficinas para o compartilhamento de experiências e fortalecimento de vínculos sociais, além de modalidades esportivas como natação, atletismo e futebol.

Cerca de 2,4 milhões de pessoas que vivem no Brasil foram diagnosticadas por ao menos um profissional de saúde com TEA, de acordo com um levantamento do Censo 2022 e divulgado em maio deste ano pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A população diagnosticada representa 1,2% da população brasileira.

A maior proporção de pessoas diagnosticadas é de crianças de 5 a 9 anos de idade (2,6%), seguida por aquelas com 0 a 4 anos de idade (2,1%) e pelo segmento de 10 a 14 anos (1,9%). Dos 20 anos em diante, as proporções ficam todas em até 1% da população de acordo com a faixa etária.



Folha SP

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