De sabores que remetem à infância a produtos que ditam tendências, a região de Piracicaba é um terreno fértil para marcas regionais que muitas vezes se tornam pilares da identidade local. A marca ou o branding regional é conhecido também como “place branding”, ou simplesmente a marca de um lugar. É um termo baseado na ideia que cidades, regiões e qualquer local podem se tornar marcas que criem conexões.
Pode ser considerada uma estratégia para projetar percepções sobre lugares e induzir respostas afetivas, formando uma relação significativa entre pessoa e lugar, além de impulsionar o desenvolvimento como um todo. A região de Piracicaba é repleta dessas marcas. A pamonha é o exemplo mais clássico e que está no imaginário popular, mas a cidade também tem outras vocações, como a cachaça, a cana-de-açúcar, a cerveja, entre outros segmentos.
“Isso vai muito além do turismo. Podemos criar um senso de pertencimento, atrair investimentos e visitantes, e reforçar a economia e a cultura. Tudo isso contribui para a melhoria da qualidade de vida das pessoas e para o desenvolvimento como um todo. Um exemplo claro é a mandioca em Santa Maria da Serra. Cerca de 10% das empresas formalizadas na cidade são voltadas a esse segmento, é uma vocação muito forte”, explica.
Reconhecimento legal e políticas públicas
Existem algumas formas legais de reconhecer, proteger e valorizar as marcas regionais. Uma delas é a Indicação Geográfica (IG), um reconhecimento que relaciona um produto ou serviço a uma região específica, onde determinadas características, qualidades ou reputação estão ligadas ao meio geográfico. São bons exemplos de IG: Café do Cerrado Mineiro ou Vinho do Vale dos Vinhedos.
“A IG valoriza o produto pela associação com sua origem, protege contra imitações e incentiva o desenvolvimento regional e a preservação das tradições. Em nossa região, há potenciais IGs, como os serviços de águas termais de Águas de São Pedro e o mercado do tecido plano, o jeans, na região de Americana”, afirma o gerente.
Conforme Gerlach, existem no Estado de São Paulo políticas públicas que também buscam reconhecer e valorizar as marcas regionais: rotas turísticas, como a rota da cerveja que já existe em Piracicaba, polos (cadeias produtivas locais – CPLs), que são arranjos de empresas de um mesmo setor ou segmento que trabalham com cooperação entre si e com entidades, e branding – sendo que este último se alinha ao conceito de IG.
As marcas regionais em destaque
De acordo com Fábio Gerlach, as cidades da região possuem várias vocações e marcas já consolidadas, muitas na forma de CPL, mas também há possibilidade de desenvolver outras que existem, mas ainda não foram trabalhadas. São várias as possibilidades de IGs ou rotas, além de outras CPLs que ainda podem ser formalizadas.
Confira as 13 cadeias produtivas locais já reconhecidas pelo Governo de São Paulo na região:
-Agricultura natural – Ipeúna
-Bioeconomia – Piracicaba
-Bioenergia – Piracicaba
-Cachaça – Piracicaba
-Mandioca – Santa Maria da Serra
-Máquinas, equipamentos e serviços industriais para cervejarias – Piracicaba
-Saúde – Piracicaba
-Semijoias – Limeira
-Setor metalmecânico – Limeira
-Tecnologia da informação e comunicação – Limeira
-Tecnologia da informação e comunicação – Piracicaba
-Têxtil e de confecção – Americana, Nova Odessa e Santa Bárbara d’Oeste
-Turismo tirolês – Piracicaba
“Não podemos esquecer que aqui temos o Agtech Valley, que é muito forte. Somos a segunda cidade do Brasil com maior número de startups voltadas para tecnologias no agro. É um setor muito importante na cidade e reflete em toda região”, diz Gerlach.
Não há, por enquanto, nenhuma indicação geográfica consolidada na região de Piracicaba, mas há vocações que, no futuro, podem se tornar IGs:
-Semijoias – Limeira
-Serviços de águas termais – Águas de São Pedro
-Tecido plano (denin) – Americana, Nova Odessa e Santa Bárbara d’Oeste
“Estabelecer essas marcas regionais, seja na forma de CPL, rota ou IG, é uma importante ferramenta para valorizar nossas vocações. Isso faz sentido na cultura, economia, tradição e turismo local, além de impulsionar o desenvolvimento como um todo. É algo que pode e deve ser feito em parceria com empresários, prefeituras, entidades e a própria população”, finaliza Fabio.
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Fonte ==> Sebrae