Metade dos colaboradores não confiam em sua liderança, aponta pesquisa

Metade dos colaboradores não confiam em sua liderança, aponta pesquisa

A relação de confiança entre líderes e liderados nem sempre é das melhores. Muitos colaboradores podem sentir que seu gestor falha em pontos importantes, não leva suas opiniões em conta e não é aberto a diálogos genuínos.

Uma pesquisa inédita feita pela Sólides em parceria com a Offerwise trouxe importantes insights sobre essa relação complicada. Segundo o estudo, enquanto 76% dos líderes acreditam que seus times confiam neles, 43% dos liderados confiam em parte ou não confiam de forma alguma nos superiores.

A diferença de percepções também aparece na clareza da comunicação: 63% dos líderes consideram-se sempre abertos a ouvir suas equipes, enquanto 59% dos liderados não sentem que suas opiniões são sempre levadas em consideração. Isso mostra como os líderes podem ter uma impressão muito mais positiva de seu trabalho do que a realidade sugere.

O estudo também apresenta ainda o perfil salarial médio dos participantes. Os líderes têm remuneração média de R$ 8.361,82 e ocupam cargos que vão de supervisores a diretores e C-Levels, enquanto os liderados têm remuneração média de R$ 2.913,14, com maior concentração em funções de assistente, analista e especialista.

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Outros dados da pesquisa

O levantamento também avaliou outras partes do relacionamento entre gestores e equipes, também focando na percepção de competências.

Por exemplo, entre os líderes, 64% disseram estar preparados para mediar conflitos. Contudo, apenas 40% dos colaboradores consideraram afirmaram que seus gestores são capazes de realizar essa tarefa com excelência.

Para Távira Magalhães, diretora de RH da Sólides, esses dados reforçam a importância de investir em desenvolvimento de competências de liderança que contemplem tanto a técnica quanto a inteligência emocional. “As empresas precisam compreender que a qualidade da relação entre líderes e equipes impacta diretamente no engajamento e nos resultados. Existe um espaço claro para evolução e para alinhar percepções, fortalecendo a confiança mútua”, afirma.

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O levantamento também investigou as expectativas de carreira dos colaboradores. Quase metade (49%) afirma ter interesse em ocupar cargos de liderança no futuro, índice que chega a 61% entre os jovens de 18 a 24 anos. No entanto, há dúvidas entre profissionais de faixas etárias mais avançadas: 42% dos que têm entre 35 e 44 anos afirmaram ainda não saber se desejam assumir esse tipo de posição.

“A pesquisa mostra que as novas gerações estão motivadas a liderar, mas também traz reflexões importantes sobre os desafios e pressões que essa função carrega. Esse é um sinal de que as organizações devem repensar seus programas de desenvolvimento de carreira para atender diferentes perfis e momentos profissionais”, destaca Távira.

Entre os principais desafios apontados pelos líderes na gestão de pessoas estão motivar continuamente as equipes (21%), lidar com conflitos internos (12%) e desenvolver e reter talentos (11%). Do outro lado, os colaboradores acreditam que seus gestores precisam melhorar principalmente no cuidado com saúde mental e bem-estar (18%) e no desenvolvimento de pessoas (13%).

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Conversas sobre saúde mental

Mesmo com avanços, a saúde mental ainda é um tema sensível no ambiente corporativo. Enquanto 92% dos líderes se dizem confortáveis para abordar o tema, esse número cai para 61% entre os colaboradores. Para 1 em cada 3, o assunto ainda é um tabu. “Esse dado é um alerta. Precisamos criar ambientes onde esse diálogo aconteça de forma genuína e sem estigmas”, reforça Magalhães. O equilíbrio entre vida pessoal e trabalho, por outro lado, mostra sinais positivos: 62% dos líderes e 57% dos colaboradores dizem sentir que esse limite é respeitado.

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Fonte ==> Você SA

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