Kit de primeiros socorros: como agir em acidentes em casa – 09/09/2025 – Equilíbrio

A imagem mostra uma ilustração dividida em seis quadrados, cada um contendo um item de primeiros socorros. No canto superior esquerdo há um rolo de gaze, ao lado um termômetro digital e, à direita, uma cartela de comprimidos. Na linha de baixo aparecem uma tesoura, um frasco de antisséptico com símbolo de cruz e dois curativos em formato de X. O fundo varia em tons de verde, criando uma composição organizada e harmoniosa.

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Agir com rapidez e calma em emergências pode evitar complicações e salvar vidas. Por esse motivo, é tão importante conhecer o básico sobre primeiros socorros.

Esse universo é extenso, então, nesta edição, vamos focar em dois aspectos: como montar um kit de primeiros socorros e como agir no caso de acidentes domésticos comuns.

Ouvi especialistas que indicam o que é preciso ter em casa: “O kit de primeiros socorros precisa ser simples, prático e funcional”, diz Bárbara de Souza, enfermeira do Núcleo de Educação Permanente e Pesquisa do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) de São Paulo.

Itens indispensáveis:

  • Curativos de diversos tamanhos;
  • Bandagens e ataduras;
  • Luvas descartáveis;
  • Compressa de gaze estéril;
  • Esparadrapo;
  • Soro fisiológico;
  • Tesoura;
  • Antisséptico (álcool 70%, clorexidina ou água oxigenada de 10 volumes).

Além do kit, é importante ter um termômetro e medicamentos específicos no caso de doenças prévias, complementa Milton Steinman, cirurgião-geral da equipe de Trauma do Einstein Hospital Israelita.

↳ Idosos e crianças merecem atenção, pois os extremos de idade apresentam mais riscos. Se a criança é alérgica a picadas de inseto, você deve ter um antialérgico. Se o idoso é diabético, ter insulina ou outro medicamento prescrito por um médico…

Importante: muitas pessoas guardam os kits de primeiros socorros e medicamentos no banheiro, mas ele não é o local mais adequado, pois é muito úmido. O ideal é buscar um lugar fresco e sem contato com a luz solar, como um armário no corredor ou no quarto.

Também é preciso verificar, a cada seis meses, a validade dos produtos e descartar itens vencidos (numa farmácia ou local adequado), complementa Steinman.

Como agir em cada emergência? Os especialistas listam as principais ocorrências domésticas e indicam o que fazer e o que evitar.

1. Queimaduras

Em casa, as queimaduras mais frequentes costumam acontecer no contato com líquidos ou superfícies quentes na cozinha. O primeiro passo é resfriar a área com água corrente ou soro fisiológico. Coloque a região embaixo da torneira por 10 a 15 minutos.

Depois, cubra o local com uma compressa úmida para aliviar a dor e evitar infecções. Se a dor persistir, busque atendimento médico.

A situação é mais grave no caso de queimaduras de maior extensão ou que atingem áreas mais sensíveis, como o rosto ou as genitálias. Nesses casos, é preciso acionar o SAMU ou levar a pessoa para o hospital.

  • No caso de explosões ou incêndios, você também deve buscar atendimento, pois há risco de inalação de fumaça.

O que não fazer: colocar produtos ou medicamentos na queimadura. Evite pomadas ou misturinhas caseiras (pasta de dente, manteiga, açúcar).

2. Sangramento nasal

Incline a cabeça para frente e faça uma compressão usando os dois dedos, como se estivesse tapando o nariz. Mantenha a pressão por cerca de 10 minutos. Se o sangramento não cessar, busque atendimento médico.

O que não fazer: inclinar a cabeça para trás. O sangue pode escorrer para a garganta ou para as vias aéreas e causar náusea ou vômito, o que pode piorar o quadro. Evite também assoar o nariz ou fazer força.

3. Cortes e sangramentos em geral

Faça uma compressão direta no local. Aplique pressão utilizando uma gaze ou um pano limpo de maneira contínua por um período de 5 a 10 minutos.

Depois, faça um curativo compressivo, passando uma atadura ou bandagem em cima da gaze. Se o sangramento não parar, acione um serviço de emergência ou leve a pessoa para um hospital.

O que não fazer: colocar as mãos em contato direto com o sangue da vítima. Para isso, use luvas descartáveis.

4. Quedas

É um acidente mais comum entre idosos no ambiente domiciliar. Nesse caso, é importante acionar imediatamente o SAMU. Observe se a pessoa está respirando, tente conversar com ela e acalmá-la.

O que não fazer: movimentar a pessoa. Se houver uma lesão, você pode agravá-la ao mexer na pessoa de forma brusca ou incorreta.

Sinais como confusão mental e palidez podem indicar um sangramento interno. Por esse motivo, idosos devem sempre ser levados a um hospital depois de uma queda, mesmo se não parecer grave.

5. Asfixia ou engasgo

Quando um corpo estranho (um pedaço de alimento ou um objeto) obstrui as vias aéreas, é essencial agir com rapidez. No caso de uma obstrução total, a pessoa não consegue mais emitir sons e coloca as mãos no pescoço, o que caracteriza o sinal universal do engasgo.

A manobra de Heimlich é a técnica que deve ser usada para desengasgar adultos e crianças acima de 5 anos. Ela consiste em abraçar a pessoa pelas costas, posicionar o punho fechado acima do umbigo (na “boca do estômago”) e fazer compressões rápidas para dentro e para cima.

O que não fazer: perder tempo. Na maioria das vezes, não dá para esperar o serviço de emergência chegar.

Caso esqueça do passo a passo, ligue para o SAMU (192). Os atendentes estão preparados para orientar as manobras até que a ambulância chegue ao local.

6. Desmaio

O primeiro passo é verificar se a pessoa está respirando (se não estiver, você deverá acionar a emergência). Se sim, evite aglomerações em volta dela, deixe o ambiente arejado e espere ela recobrar a consciência.

O que não fazer: jogar água no rosto, sacudir ou dar algo para a pessoa beber ou comer.

Aos poucos, quando voltar à consciência, eleve as pernas dela para que o fluxo sanguíneo volte ao cérebro e ela consiga se recuperar mais rapidamente.

Quando não acionar o SAMU? Em casos de dores ou doenças crônicas. Cólicas, dores de dente, febre alta, vômito e diarreia, por exemplo, não são emergências. Nesses casos, o paciente deve buscar um pronto-atendimento ou unidade de saúde.

E, claro, evite trotes. “Eles impactam o atendimento e tiram a oportunidade de atender pessoas que realmente estão precisando”, argumenta Bárbara de Souza.

O mundo dos primeiros socorros é bem mais amplo do que o espaço que eu tenho para escrever esta newsletter. Então, para quem quer se aprofundar e aprender mais, recomendo um curso online gratuito oferecido pelo Corpo de Bombeiros, com carga horária de 16 horas; veja aqui.

Se você mora em condomínio, participe do curso de brigada de incêndio. Pode parecer um compromisso chato, mas, na hora da emergência, ele faz toda a diferença. “Quanto mais as pessoas souberem cuidar de si mesmas e do próximo, melhor o sistema funciona”, diz Steinman.


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Folha SP

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