8 coisas que você precisa saber sobre o futuro dos pagamentos no Brasil

8 coisas que você precisa saber sobre o futuro dos pagamentos no Brasil

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O mercado de pagamentos brasileiro vive um momento histórico de transformação digital, consolidando-se como referência global em inovação financeira. Entre a consolidação do PIX, o avanço do Open Finance, a crescente adoção de criptomoedas e a expansão de fronteiras digitais, o Brasil protagoniza uma revolução que redefine a forma como consumidores e empresas lidam com o dinheiro.

A velocidade das mudanças no ecossistema de pagamentos surpreende até os analistas mais otimistas. Em apenas cinco anos desde o lançamento do PIX, o país não apenas universalizou os pagamentos instantâneos como também se tornou referência internacional em inovação financeira.

Em setembro de 2025, o Banco Central divulgou que o sistema de pagamentos instantâneos registrou um recorde de 290 milhões de transações em um único dia, movimentando R$ 164,8 bilhões. Esse foi o maior volume financeiro e número de operações já registrados no sistema, superando o recorde anterior de junho de 2025, que teve 276,7 milhões de transações e R$ 135,6 bilhões movimentados.

Paralelamente, o Brasil conquistou posição entre os 5 países com maior adoção de criptomoedas no mundo, conforme o Relatório de Adoção de Criptomoedas e Uso de Stablecoins da TRM Labs, plataforma de inteligência em blockchain. Este posicionamento destaca a relevância crescente dos ativos digitais no país, em alinhamento com avanços regulatórios como a Lei das Criptomoedas. As transações com stablecoins (criptomoeda projetada para ter valor estável, ou seja, não sofrer grandes variações de preço como o Bitcoin ou o Ethereum), atingiram volumes expressivos, refletindo um aumento substancial na circulação e no uso dessas moedas digitais.

O que você precisa saber sobre o futuro dos pagamentos no Brasil?

1. PIX domina o mercado 

No primeiro trimestre de 2025, o sistema já havia registrado 250,5 milhões de transações em um único dia (6 de abril), movimentando R$ 124,4 bilhões – números que seriam superados meses depois, em setembro, com o novo recorde de 290 milhões de transações diárias.

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2. Brasil entre os top 5 globais em adoção das criptomoedas 

Conforme dados do último relatório da Chainalysis, uma empresa de análise de blockchain, o Brasil é a maior economia em cripto na América Latina, tendo registrado volumes de transações de cripto de US$ 318,8 bilhões de julho de 2024 a junho de 2025. O número, que implica um crescimento anual de mais de 100%, destaca a crescente relevância das criptomoedas e suas possibilidades para a economia brasileira e seus cidadãos.

Em 2024, o país transacionou mais de US$ 318,8 bilhões em criptomoedas, com clientes institucionais respondendo por 70% do volume negociado na maior exchange brasileira. Dados do Banco Central revelam que, entre janeiro e setembro de 2024, as importações de criptoativos aumentaram 60,7%, impulsionadas principalmente pelo uso de stablecoins, que representam 70% das transações.

3. Open Finance se torna a próxima fronteira da inclusão financeira

Implementado pelo Banco Central em 2021, o Open Finance deve se consolidar até 2026 como o eixo central da inovação financeira no Brasil. O sistema já ultrapassou 62 milhões de consentimentos ativos, segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), um crescimento de 44% em um ano, embora 55% dos brasileiros ainda desconheçam seus benefícios.

Mais do que uma evolução do PIX, o Open Finance permite acesso a crédito mais barato e personalizado, comparação de produtos em tempo real, migração rápida entre instituições e maior segurança no compartilhamento de dados. A próxima fase prevê integração com seguros, previdência e investimentos, ampliando a inclusão e a personalização dos serviços financeiros.

4. O projeto Nexus prevê integração global dos pagamentos instantâneos

Bank of International Settlements (BIS) está desenvolvendo o Sistemaa plataforma Nexus, que deve integrar sistemas de pagamento instantâneo de 60 países, incluindo o PIX brasileiro. O projeto está em fase de testes na Malásia, Cingapura e Zona do Euro. 

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5. O Brasil já é líder mundial no uso de carteiras digitais

 6. Pagamentos digitais devem representar 80% do e-commerce até 2030

7.  Banco Central segue investindo em segurança para prevenir fraudes

Apesar da ampla adoção, o PIX ainda passa por ajustes em relação à segurança. Dados do Banco Central via Lei de Acesso à Informação revelam que as perdas com fraudes cresceram 70% em 2024, alcançando R$ 4,9 bilhões.

Para combater o problema, o BC implementou o Mecanismo Especial de Devolução (MED) e bancos intensificam investimentos em inteligência artificial e monitoramento em tempo real.

Brasil caminha para liderança em economia digital e descentralizada

Os números apresentados não deixam dúvidas: o Brasil está na vanguarda da revolução dos pagamentos digitais. A combinação entre um sistema público de pagamentos instantâneos altamente eficiente (PIX) e a crescente adoção de tecnologias descentralizadas (criptomoedas) cria um ecossistema único no mundo, capaz de atender desde o pequeno comerciante até grandes corporações multinacionais.

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O movimento de internacionalização do PIX e a participação brasileira no Sistema Nexus indicam que o país não apenas acompanha tendências globais, mas as lidera. Com 63% da população já utilizando pagamentos instantâneos regularmente e significativa parcela dos brasileiros detendo criptoativos, o mercado nacional se consolida como laboratório de inovação para o sistema financeiro global.

“Empresas e empreendedores precisam enxergar a digitalização dos pagamentos como parte central de sua estratégia. A combinação de diferentes métodos — do PIX às criptomoedas, incluindo carteiras digitais e soluções internacionais — será determinante para a competitividade. Esse movimento já está em andamento, com o Brasil ocupando posição de liderança na revolução dos pagamentos digitais”, destaca o CRO da Azify.

Os desafios de segurança, como as fraudes que resultaram em perdas de R$ 4,9 bilhões em 2024, demonstram que o avanço tecnológico deve vir acompanhado de investimentos robustos em proteção e educação digital. O Banco Central tem atuado proativamente com mecanismos de devolução e regulamentações mais rígidas, mas a responsabilidade é compartilhada entre instituições financeiras, empresas e usuários.

“Com a chegada de novas modalidades do PIX, a expansão do Open Finance e a consolidação das criptomoedas como classe de ativos legítima, o Brasil entra em uma nova década de transformação no sistema financeiro. O desafio agora é entender a velocidade dessa mudança e como empresas e consumidores vão se adaptar a um cenário cada vez mais digital e descentralizado, um movimento no qual o país já exerce papel de liderança global”, finaliza.

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Fonte ==> Você SA

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